O vento na água batendo
E ela, faceiramente, cedendo
Como nada querendo
Onda, em seu dorso, fazendo
E toda preguiçosa
Ao desejo do vento,
Colocando-se sedosa,
Sem resistência, cedendo
Não contrapondo objeções
Segue com suas ondulações
Para o prazer do vento, indo
Como vadia, o sopro sentindo
E se derrama sem objetar
Toda na crista da onda
E, completamente ditosa
Ejaculando respingos vários
Um é seu
Outro é meu
Outros para todos nós
Outros pelo prazer
Do despertar desejos sedentos
Ao sentir o roçar do vento
Arrepios pela pele aflorando
Que sentem os que vivem amando.
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