Ave solta 
Zena Maciel    
                    Jaboatão dos Guararapes - PE

Presa impossível 
Por que partistes? 
Guardo comigo teu canto triste que violou 
minha solidão nua 
Quebrei um pedaço de sonho 
Juntei todos os cacos e fiz um relicário 
Assumi compromissos com a saudade 
Deixei a dor encharcar minha alma 
Não contive os zigueszagues de tristeza 
do meu coração e chorei lágrimas de cristais 
Fiz das brancas nuvens passageiras meu travesseiro 
Dividi meu sofrimento com as estrelas 
Guardei no recôndito da alma 
retalhos de um tempo 
Viajei pelas estradas desertas de 
mim e rejeitei o beijo da alegria 
Fechei as portas da esperança 
Um espinho foi cravado no meu coração 
Me abandonei na angústia dos pensamentos 
como que me desatrelasse da vida para 
eternizar um simples momento de ilusão 
ou melhor um momento mágico chamado 
de cerimônia de adeus.
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“Às crianças do CENBENGI - Centro Filantrópico Beneficente do Bongi-Recife-PE e a Aline Pereira, mulher guerreira que o comanda por mais de uma década: um exemplo de fé, luta e espírito solidário.”
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Maria Zeneide Nunes Maciel, a Zena, faz de sua atividade literária um complemento de sua vida pessoal, sua visão social do mundo e atividades filantrópicas. Uma diletante da arte literária e admiradora de Simone Beauvoir e do livro “Cartas a Nelson Algren”.
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