Soneto a Vinícius de Moraes
                                          Suyan Faria
         Araranguá - SC
De que forma, enquanto trivial, ser indizível?
Explica-me, Poeta, tão sublime paradoxo!
Sinto-te cruel porque inatingível
Todo escárnio, nenhum remorso.

Não sentes, oh Poeta, culpa de nada
Nem de saber-me cortando o país
Levando na alma a missão (in)feliz
De afogar-te em pétalas a fúnebre morada.

Por piedade, Vinícius! De remorsos não há resquícios?
Nem de teres em mim este ser todo suplício
(Que sabes, furtivo, meu mais esplendoroso sacrifício)?

E que valem, miseráveis pieguices, minha melhor abstinência
Tão aquém – de ti – estão as suas rimas (ah, indulgência!)
Tão desesperada de amor é sua essência.

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Suyan de Oliveira de Melo Faria foi  selecionada no I Concurso Literário da UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina – com “Soneto ao amigo Raul”, em 2002 (com edição no prelo).  Colaboradora semanal da Contato Internet  Provider, do espaço virtualwww.falandoserio.contato.net/colunas/suyan.
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