Desfragmentando as estações

        Vera C.M.Souza        
        Rio de Janeiro -RJ         

Ah, se a vida tivesse um desfragmentador
como um computador... que
pouco a pouco colocasse cada compartimento
em lugar adequado.
 Isto pertence ao início da caminhada,
 Já estes são espaços livres para novas jornadas.
 Estes outros, ora pois, são dados que estão sendo lidos agora
(para os que têm ouvido para entendê-los).
 Os dados em vermelho serão gravados agora
(a ferro quente e sangue).
No entanto, não há PC caseiro que sirva de escudo
à essência do viver, todo embaralhado,
amarfanhado com os anos,
e as ilusões perdidas.
Com espaços internos para festas de reconstituição
nas fases sombrias longe do verão.
No inverno da contradição em que me encontro
caso, porventura, alguém conhecer outra fórmula
publique, por favor, nos jornais de grande circulação,
para que eu possa, no próximo outono, encontrar o diretório
que me conduza à primavera.
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Vera Consuelo de Miranda e Souza é poeta que diz apenas “brincar com as palavrinhas, sem maiores pretensões”, mas foi diversas vezes premiada em concursos literários. Gosta de anotar frases de pensadores “Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre” (Gandhi), “O mundo é mágico, as pessoas não morrem: Ficam encantadas”(Guimarães Rosa) e “Amar é mudar a alma de casa.” (Mário Quintana), são algumas delas.
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