O livro Almas Densas....

Depois de um certo tempo analisando os trabalhos dos escritores inscritos na I Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita, que originou esta coletânea, percebi que poderia conseguir algo muito maior que o inicialmente imaginado.
Se, a princípio, a idéia era trazer para um livro autores conhecidos regionalmente mas desconhecidos do grande público e autores ainda inéditos como uma realização unicamente pessoal, percebi que estava despertando curiosidade entre eles próprios, ao ponto de muitos ansiarem também conhecerem-se entre si.

E o embrião do “Almas Densas” passou a pautar-se por isto: A transferir para o papel os estilos de comunicação de maneira que pudessem criar uma interação também entre seus autores. Deixou de lado a rigidez pretensa apenas pelos grandes prêmios nacionais de literatura para ser o mote para veicular o autor do texto junto a seus pares e ao público em geral de sua região geográfica. E, é claro para os internautas do mundo todo, pela homepage do Clube Amigos das Letras.
Poderá notar o leitor entre os escritores aqui editados, diversos estágios de construção da linguagem para expressão de uma idéia ou sentimento poético. Para cada autor editado, havia em alguns casos, dezenas de outros do mesmo estilo e estágio de linguagem. Foram escolhidos os mais próximos do estágio que minha experiência como leitor colocava como um degrau acima. Por isto, “Almas Densas” é realmente uma coletânea, uma seletiva literária destinada a valorizar tanto ou mais o autor que sua obra aqui impressa.
E, para todos, será um laboratório de pesquisa e comparações de seu trabalho com o de outros, se realmente concretizar-se o interesse coletivo. Acho até, que neste particular, este é o primeiro trabalho neste sentido.
Pode até desagradar por esta forma de composição, mas, isto foi o que catalisei como o mais interessante para sua conclusão. É uma experiência única no gênero que tenho conhecimento e, como tal, somente do que repercutir é que poderemos fazer uma avaliação de seu erro ou acerto.

Sérgio Grigoletto e eu sempre tivemos afinidades de intelectos. Fui mais rebelde e questionador nos anos setenta e o Sérgio, um condensador de idéias pela facilidade com as letras.
Na FOLHA DO VALE, convidei-o e descobri o redator, o contista, cronista e editorialista. Antes, se formou e chegou a lecionar Contabilidade por alguns anos. Destacou-se como Contador, um especialista em custos e tributos que qualquer empresa gostaria de contar em seus quadros.
Mas o jornalismo e a literatura foi um chamamento forte. Muito senso de assimilação para as Artes fizeram-no um analista de literatura, artes cênicas, plásticas e até de música. Pesquisar novos autores de textos curtos há muito tempo estava guardado em sua “gaveta”. E para o “ALMAS DENSAS”, sinto orgulho por algumas sugestões e idéias minhas aceitas por ele.
Como ele disse, “este será um livro diferente de tudo eu já foi feito em se tratando de uma coletânea”. E não há como não concordar com isso, pois a seletiva pesquisou as formas como a alma pode dizer alguma coisa através das letras.
Estilos, formas e rudimentos foram a tônica da seleção dos trabalhos. Além disso, o “ALMAS DENSAS” se propôs a criar um ambiente de divulgação do do nome dos escritores. Mais que seu próprio trabalho, Sérgio Grigoletto buscou enaltecer a figura do escritor, como forma de estímulo para que persista em seu intento de se comunicar, de enviar sua mensagem para um mundo tão carente de divulgação literária.