Pedra na vidraça
        Vanderlei Bueno          
                Sumaré-SP                  
Profundo foi o silêncio
que me tocou
e silêncio, foi o caminho
que escolhi.
Quando incerteza e descrença
é o único alento que recebemos
e o vinho, é amargo no último cálice.

Faço morada então
no medo do que me consome
e no quarto frio e escuro
do meu eu.
Procuro e busco a saída,
aceito o desafio que me toca,
porque não está perdido
o que não se sabe
e, tudo que agora tenho
é parte, do que já foi tirado.

E mais que angústia
de não saber,
é dor a existência,
que empurra meus pés
no tempo
onde compartilho, o sol
com cada manhã.
E da janela, trincada no peito
o fim, rugindo lá fora
brinca as folhas verdes
de cada dia.

Vazia a razão, vaga a chama,
tênue fio, quase desesperança.
Mas corre, busca, apressa,
a hora de hoje
não espera a de amanhã.
Abre a janela
Amor, amparo... vida que chega.
É sagrado, o sangue
que te impulsiona
porque não pode;
o espírito, escudo da alma,
ficar de joelhos. 

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“A todos que escrevem e esperam uma oportunidade para divulgar seus textos”
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Vanderlei Bueno tem na poesia a primeira paixão. De Castro Alves a Machado de Assis, José de Alencar, Drummond, Walt Witman e Sylvia Platch de quem preserva o pensamento: “Construo minha alma. Luto e na forja modulo um “eu” com grande dor, como um parto, mas sinto certo que assim seja. No jogo da dor e amor me refino. Quero sempre e sempre com esforço deixar o calor e segurança das situações estáticas, alcançar o mundo do crescimento e da dor onde os verdadeiros livros são as almas das pessoas”
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Apoio: Agência Big Unit`s & Associados e a Renata, namorada e amiga.
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