Formas em ilusório 
      (ou Ladainha à expressão) 

                        Fabrício  Neves                   
Ilhéus - BA                          

Que as palavras toquem o corpo
para que o espírito não emudeça;
diante tal contorno
cada letra é-me lamento.
Atenho o sofrimento
para que não tenha por prêmio o desespero,
clamo (diante perfídia) tua voz
mas só encontro tuas formas.
É-me letra em sentimento,
o último acorde desvairado
a lágrima derradeira de um apaixonado;
tenho-a por encanto.
Faço deste canto
um último pranto ao desconhecido;
só tenho a tua forma
e assim faltam-me palavras.

Alento atroz sentimento,
parâmetro em formas que encontro,
sinfonia ao desconhecido,
rogo de um apaixonado.

Falta-me um rosto
para em olhos ter expressão;
tenho fragrância,
se muito formas.
Não tenho expressão,
sensação sob uma forma,
sem essência, logo,
sem olhar.
Rogo apaixonado,
deveras sensibilidade,
paixão pela forma,
frívola paixão.
Efemeridade toma-me
por fugacidade aparente que tornas
aparência em formas
incerteza maior de sensações.

Alento atroz sentimento,
parâmetro em formas que encontro,
sinfonia ao desconhecido,
rogo de um apaixonado.

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“A Deus, minha família, minha Fernanda e Elisa e a todos pelo incentivo”
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Fabrício Santos Neves tem positivas influências de Vinícius de Moraes em sua poesia e, em prosa - além do conterrâneo Jorge Amado - Machado de Assis e estrangeiros, Doyle, Tolkien, Hemingway, Shakespeare e Kafka. De Og Mandino, guarda um pensamento: “O fracasso jamais o surpreenderá se sua decisão de vencer for suficientemente forte”
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