Dor
      Dirce Ramos de Lima                  
             Piracicaba - SP                              
 A gente aprende e se acostuma
 a viver com dor.
 Só não aceita
 não entende
 e não se conforma:
 é um filme de terror
 sem final feliz, sem justiça
 porque só a própria morte
 anula e cancela tanto horror.
 A vida se transforma num pesadelo constante            
 onde se policia e se vigia a todo instante
 novos sintomas, novos lugares, novas dores.
 Se em algumas horas 
 a dor desaparece      
 o coração se agita assustado
 porque sabe que a dor voltará
 e o que doía menos
 agora vai doer dobrado.
 Os gemidos contidos
 as lágrimas, a vergonha, a humilhação
 e o dever de esconder
 o mal que não tem cura.
 A gente aprende e se acostuma
 sofre calado, sozinho, escondido.
 Agarra-se a Deus                                  
 e até descobre
 esperanças que não existem!         
 Mas, a gente viver com dor 
 não é a dor de viver!
***
Dirce Ramos de Lima tem como maior característica positiva  a facilidade em transitar por diversas temáticas, quer seja aquela de crítica social, de amor/paixão e até um ensaio poético-filosófico, sem que seu estilo sofra com isto. Sua influência vem dos expoentes da literatura, dos contistas, cronistas e poetas de diversas escolas e tendências.
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