No sonho aprimora-se a vontade
De te ter sempre e sempre;
mesmo sabendo que não estás.
Do murmúrio
presente, sentes o que deveria sentir;
A vida fugir-me de ti,
para de mim se apoderar e esquecer-te apenas;
Do esverdeado sonho resta
apenas mágoa
Que não se apaga...
Por não conseguir...
De rocha firme me quedo
quando em ti penso, quando sei que não estarás jamais.
Deveria ser como uma
devastadora revolução,
Este meu coração
que não sossega só de saber que poderá estar
Ao dobrar de um caminho
qualquer,
Ao saber que dobras um
outro caminho que não o que senti...
Saberá aquela
pedra que vejo? Sabê-lo-às tu?
Saberei eu que não
mais te vislumbrarei?
Pelo menos não
como antes o fizera
Diante de mim e de ti...
E a vida, serena como
ela só continua
Flui a um ritmo sereno
de aceleração
Leva-nos para o fim de
um recomeço sereno,
Efêmero
Eterno de vida...
Vidas que viveu, doou...
Doando a vontade de prosseguir,
aprimorando-nos;
Aprimorando-se dela mesma,
do sonho,
Da vida
Da morte, que apenas nos
unirá eternamente
Num cosmo qualquer...
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